Tu és Bom!


A letra está abaixo. Acesse o vídeo. Maravilhoso Jesus!

Tu és Bom
Lindo Jesus, Rei do meu coração
Como eu amo os Teus caminhos
Lindo Jesus, Estrela da manhã
eu cantarei a Ti.
O que posso dizer por tudo o que Tu és
Você me libertou e me curou.
Tu és bom, em todo o tempo és bom.
Justiça está em Ti
Teu amor é pra sempre.
O Teu amor dura pra sempre...

Projeto de esporte contra as drogas

Honduras: Esporte mantém menores longe de crime e drogas

Projeto ‘Futebol para a Vida’ oferece um futuro melhor para 42.000 crianças hondurenhas.


       Em seus 10 anos de existência, o projeto “Futebol para a Vida” tirou 42.000 crianças e adolescentes das violentas ruas hondurenhas. (René Novoa para Infosurhoy.com)
Em seus 10 anos de existência, o projeto “Futebol para a Vida” tirou 42.000 crianças e adolescentes das violentas ruas hondurenhas. (René Novoa para Infosurhoy.com)
TEGUCIGALPA, Honduras – Héctor Ramón Zelaya sabe que um gol pode mudar uma vida.
Afinal, ele marcou o primeiro gol de Honduras em Copas do Mundo no empate em 1x1 contra a anfitriã Espanha, em 1982.
“Agora, marco um gol como aquele todo sábado, quando as crianças jogam nas ligas do ‘Futebol para a Vida’”, orgulha-se o ex-jogador de 53 anos, também conhecido como “Peito de Águia”.
Em 2002, ele fundou o “Futebol para a Vida”, uma liga de futebol juvenil que busca manter crianças de famílias de baixa renda longe de drogas e gangues.
“Não pretendemos ser um celeiro de jogadores de futebol”, explica Zelaya. “A bola é um meio para resgatar os jovens das gangues e evitar que caiam nas garras das drogas.”
De origem humilde, “Peito de Águia” se identifica com as crianças que participam da liga de futebol.
“Sou de Trinidad, Santa Bárbara, no oeste do país, a 220 km da capital. É uma comunidade pobre, por isso entendo como essas crianças se sentem”, garante. “Na verdade, quando pequeno, eu jogava descalço e só aos 14 anos calcei meu primeiro par de chuteiras.”
O projeto conta com o apoio da Prefeitura do Distrito Central de Tegucigalpa (PMDC), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da Agência de Desenvolvimento Internacional do Canadá e da empresa aérea American Airlines.

       Héctor Ramón Zelaya, ex-jogador da seleção hondurenha de futebol e fundador do projeto “Futebol para a Vida”: “Marcar um gol na Copa do Mundo é uma lembrança que dura para a vida toda. Mas agora comemoro um gol como aquele todo sábado, marcado pelas crianças de Honduras.” (René Novoa para Infosurhoy.com)
Héctor Ramón Zelaya, ex-jogador da seleção hondurenha de futebol e fundador do projeto “Futebol para a Vida”: “Marcar um gol na Copa do Mundo é uma lembrança que dura para a vida toda. Mas agora comemoro um gol como aquele todo sábado, marcado pelas crianças de Honduras.” (René Novoa para Infosurhoy.com)
Atualmente, 15.000 crianças e adolescentes em risco social integram 1.300 equipes, distribuídas em 162 bairros, colônias e aldeias da área metropolitana de Tegucigalpa. Os jogadores recebem uniformes, bolas, troféus e assistência odontológica gratuitos, além de ouvir palestras motivacionais e educacionais.
Em seus 10 anos de existência, a organização já beneficiou 42.000 jovens, segundo seus próprios cálculos.
“Os requisitos indispensáveis para ingressar em um clube são frequentar a escola e tirar boas notas”, ressalta Zelaya.
A liga realiza torneios para diferentes faixas etárias, que vão de 8 a 18 anos para meninos e 8 a 21 para meninas.
Antes de cada partida, os adultos conversam com os jogadores sobre os perigos do consumo de drogas, o que fazer se forem abusados e higiene dental, entre outros tópicos, explica Zelaya. Treinadores, jogadores e ex-jogadores visitam as ligas para compartilhar suas experiências com as crianças.
Recentemente, o ex-jogador reuniu a seleção que jogou na Copa do Mundo de 1982 para a inauguração de um novo campo de futebol do projeto em La Travesía, um bairro do sul de Tegucigalpa.
Violência diminui
Heber Ponce, coordenador da liga na aldeia de Los Pinos, 15 km a leste da capital, é um dos 1.000 voluntários da liga.

       Heber Ponce é o coordenador da liga na aldeia de Los Pinos. Ele se envolveu com o projeto “Futebol para a Vida” “para manter os meninos longe de gangues e dar uma oportunidade a outros que queriam sair [delas].” (René Novoa para Infosurhoy.com)
Heber Ponce é o coordenador da liga na aldeia de Los Pinos. Ele se envolveu com o projeto “Futebol para a Vida” “para manter os meninos longe de gangues e dar uma oportunidade a outros que queriam sair [delas].” (René Novoa para Infosurhoy.com)
Los Pinos foi fundado após o furacão Gilberto, que atingiu Honduras em 1987 e forçou famílias que moravam em comunidades afetadas pelos deslizamentos de terra a se mudarem para o assentamento. O local hoje abriga cerca de 10.000 pessoas que sobrevivem com menos de um dólar (R$ 1,84) por dia, segundo o Centro Internacional de Pesquisas para o Desenvolvimento (CIPD).
“Como somos uma comunidade de baixa renda, o crime é constante”, afirma o coordenador, que atua no “Futebol para a Vida” há 9 anos. “Mas, com o projeto, reduzimos em 40% os índices de violência. Quando soube do projeto, quis trazê-lo a Los Pinos para manter os meninos longe de gangues e dar uma oportunidade a outros que queriam sair [delas].”
As igrejas La Roca e Centro Bíblico, em parceria com a “Asociación Compartir”, uma ONG que atua no resgate de crianças de rua, colaboram com Ponce dando palestras motivacionais aos participantes do “Futebol para a Vida”.
Gols pela vida
A liga de Los Pinos tem 34 equipes masculinas e 6 femininas que jogam em terrenos baldios.
Não há muros ou cercas e “alguns carros quase atropelaram nossas crianças”, conta Ponce. “Héctor Zelaya fornece uniformes aos times e uma bola, mas precisamos de mais bolas, mais equipamentos atléticos, mais manutenção para as instalações e mais voluntários.”
Ponce recolhe os uniformes de seus jogadores depois de cada partida e os guarda em um saco plástico para que as crianças não os percam, pois não há camisetas extras.
Mas, apesar da falta de recursos, os participantes estão altamente motivados – basta perguntar a Wilson Oseguera.
Oseguera, de 18 anos, entrou para o clube “Juvenil Cristão” há 6 anos porque sua vida seguia um rumo destrutivo depois que o consumo de drogas levou à sua prisão por perturbação da ordem.

       Wilson Oseguera, 18 anos, entrou para o clube “Juvenil Cristão” há 6 anos porque sua vida seguia um rumo destrutivo depois que o consumo de drogas levou à sua prisão por perturbação da ordem. “Aos 13 anos, recebi um chamado de Deus”, conta. “Desde então, minha vida tem sido diferente.” (René Novoa para Infosurhoy.com)
Wilson Oseguera, 18 anos, entrou para o clube “Juvenil Cristão” há 6 anos porque sua vida seguia um rumo destrutivo depois que o consumo de drogas levou à sua prisão por perturbação da ordem. “Aos 13 anos, recebi um chamado de Deus”, conta. “Desde então, minha vida tem sido diferente.” (René Novoa para Infosurhoy.com)
“Aos 13 anos, recebi um chamado de Deus”, conta. “Desde então, minha vida tem sido diferente.”
A família do jovem está orgulhosa de como sua vida mudou graças ao “Futebol para a Vida”.
“Minha mãe está feliz que estou aqui”, diz Oseguera, que encoraja jovens a entrar para a liga. “Deus tem um propósito para mim, que é o de ajudar os demais a sair das gangues. Não creio que vou jogar futebol profissionalmente, mas terei um futuro digno.”
Necessidade de instalações esportivas
Zelaya está tentando expandir o alcance do projeto para incluir jogadores de outras comunidades em risco social.
Ele fez uma parceria com o governo espanhol e com o FC Barcelona, que é liderado pelo craque argentino Lionel Messi, para expandir a liga para todas as 74 comunidades indígenas de Honduras.
“Em um futuro próximo, chegaremos a todo o país”, diz “Peito de Águia”.
Zelaya acrescenta que 90% das crianças que entram para um time permanecem no projeto, “mas alguns saem por negligência dos pais ou porque algumas ligas acabam quando os proprietários dos campos vendem os terrenos para a construção de gramados particulares.”
Por essa razão, o ex-jogador pediu ao Governo Federal e à Comissão Nacional Pró-Instalações Desportivas (CONAPID) que disponibilizem espaços próprios para a liga.
“O projeto é bonito”, diz Zelaya. “Estamos em áreas de baixa renda, onde o povo nos saúda com alegria e nos apoia com o pouco que podem. Minha maior recompensa é ver a alegria das crianças quando vestem os uniformes. É algo incomparável.”

O Cético e o Lúcido

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao outro:
- Você acredita na vida após o nascimento?

- Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.

- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?

- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.

- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída - o cordão umbilical é muito curto.

- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.

- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.

- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.

- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?

- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.

- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.

- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente, como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso que só então a vida real nos espera e agora apenas estamos nos preparando para ela...

Pense nisso.

Fonte: Internet

O Amor de Deus não é Incondicional

É um equívoco dizer que o amor de Deus é incondicional. Para que seja assim o amor de Deus deveria cumprir duas condições que, a meu ver, estão implícitas no termo incondicionalidade: a não necessidade de pré-requisito e a não expectativa de reciprocidade. Vejamos:

A- "Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro." I Jo 4.19 (RC)

Deus não ama incondicionalmente: Deus ama para ser amado. Deus espera que seu amor por nós desperte amor por Ele. Se Deus amasse incondicionalmente a salvação teria de ser universal.

Incondicionalidade significa não exigir nenhum pré-requisito e não esperar nenhum tipo de resposta. Não é o caso: Deus espera ser amado. Logo, antes de ser incondicional, o amor de Deus atua para criar em nós condições de amá-lo. Não é incondicional porque dos dois fatores que demarcam a incondicionalidade: a ausência de pré-requisito e o não aguardo de resposta - o amor de Deus contempla apenas o primeiro. O amor de Deus não exige pré-requisito: "Mas Deus mostrou-nos até que ponto nos ama, pois, quando ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós." (Rm 5.8 - SBP) O amor de Deus, entretanto, exige uma resposta: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3.16 – RA) – Deus ama ao mundo, mas só salva àquele que responde ao seu amor.

B- "O amor de Cristo absorve-nos completamente, pois sabemos que se ele morreu por todos, então todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem já não vivam para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou." 2Co 2.14,15 (SBP)

O amor sacrificial de Cristo é suficiente para salvar a todos, mas, é eficaz aos que, conscientes desse amor, não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. O amor de Cristo espera gerar conversão, para que haja salvação.

C- "Nós sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, dos que são chamados segundo o seu plano." Rm 8.28 (SBP)

Deus é soberano, mas se responsabiliza pela história daqueles que o amam; o caminho dos ímpios, porém, perecerá (Sl 1.6). Deus garante que interferirá na história para que esta seja benéfica para os que o amam, contudo, deixará que os ímpios sigam livremente o seu curso, o que terminará em perdição. E, ímpios são os que não respondem ao amor de Deus.

D- "Foi antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de deixar este mundo para ir para o Pai. E ele, que amou sempre os seus que estavam no mundo, quis dar-lhes provas desse amor até ao fim. (...) Levantou-se então da mesa, tirou a capa e pegou numa toalha que pôs à cintura. Depois deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha. (...) Se eu, que sou Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também de agora em diante devem lavar os pés uns aos outros." Jo 13. 1, 4, 5, 14 (SBP)

Mesmo o ato mais amoroso e aparentemente incondicional de Cristo tinha um propósito: provocar conversão em seus discípulos, de modo que o imitassem. Não era, portanto, uma demonstração da incondicionalidade de seu amor, mas um ato pedagógico visando um fim específico. Deus ama primeiro, porém não incondicionalmente, ele espera uma resposta.

E- "E diz também: Se o teu inimigo tem fome, dá-lhe de comer e se tem sede dá-lhe de beber. Ao fazeres isso, farás com que a cara lhe arda de vergonha." Rm 12.20 (SBP)

Mesmo o amor com que Deus manda que amemos não é incondicional, espera uma resposta. Ainda que a gente não deva parar de amar por motivo nenhum: "E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido." Gl 6.9 (RA) – a gente, também, não pode perder a esperança de alcançar a resposta desejada.

F- "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força." Dt 6.4,5

Deus espera ser amado, porque esta é a única maneira adequada de relacionar-se com Deus na beleza de sua exclusividade, de sua santidade: amá-lo acima de todas as coisas – o que significa sempre escolher a Deus, não importa quão tentadora seja a possibilidade oferecida; quem ama a Deus acima de todas as coisas só escolhe o que Deus escolheria, porque sempre escolhe a Deus.

G- "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou." Jo 14.21,24 (RA) "Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou." 1Jo 2.4-6 (RA)

Quem ama a Deus? Aquele que o obedece. O que acontece com aquele que obedece a Deus? O amor de Deus é nele aperfeiçoado, isto é, nele o amor que saiu de Deus consegue cumprir a missão para a qual saiu. Deus ama para ser obedecido! Quem não obedece a Deus como resposta ao seu amor, não só não o ama como nem o conhece de fato; logo, não pode nele permanecer, até porque nem está nele.

H- "Nem todos aqueles que me dizem: ‘Senhor, Senhor!’ entrarão no reino dos céus, mas apenas os que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus." Mt 7.21 (RA)

Os que não obedecem a Deus não serão salvos, não porque a salvação seja pelas obras, mas porque a graça de Deus, que em nós foi derramada, nos torna filhos da obediência, prontos para as boas obras e para andar de modo digno do chamado que recebemos; porque, pela graça, somos fortalecidos com poder no homem interior, podendo, assim, ser imitadores de Deus, como filhos amados, como nos ensina o apóstolo Paulo, na carta aos efésios.

Então, quem peca não é salvo? Para os que caem em pecado há uma palavra de obediência que, em sendo cumprida, demonstra que eles, ainda amam ao Senhor, embora, por um momento, o tenham desonrado: "Mas se confessarmos os nossos pecados, Deus que é fiel e justo perdoará os nossos pecados e nos purificará de todo o mal." I Jo 1.9 (SBP). Há uma ordem clara para todo o que, se dizendo filho de Deus, cai em pecado: arrepender-se. A ordem é não pecar, contudo, disse João: "Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo." I Jo 2.1 (RA). É preciso, entretanto, ter sempre em mente a palavra do apóstolo: "Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus." I Jo 3.4,8 (RA)

O amor de Deus não é incondicional, Deus ama para ser obedecido.

Tudo, na Bíblia, parece dizer que Deus não deixa de amar porque não houve resposta ao seu amor, entretanto, também não deixa de esperar que essa resposta venha. E se ela não vier, apesar de todo o amor que dispensa às suas criaturas, executará o juízo.

Ariovaldo Ramos

Ordem para a alma: bendizei ao Senhor

"Bendize, ó minha alma ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios.
É ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades;
quem redime a tua vida da perdição e te coroa de benignidade e de misericórdia;
quem enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a águia.
O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos.
Fez notórios os seus caminhos a Moisés e os seus feitos, aos filhos de Israel.
Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade.
Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira.
Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades.
Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem.
Quanto está longe o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.
Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem.
Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó.
Porque o homem, são os seus dias como a erva; como a flor do campo, assim floresce;
pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não se conhece mais.
Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos."

Salmo 103:1-17

Revelação compreendida

"Naquele dia nada me perguntareis." João 16:23

Quando será "aquele dia"? Quando o Senhor que subiu ao céu fizer de nós um com o Pai. Naquele dia, seremos um com o Pai, como Jesus o é, e "naquele dia", diz Jesus, "nada me perguntareis". Enquanto a vida ressurreta de Jesus não se manifesta em nós, temos mil e uma perguntas a fazer-lhe; mas, quando chegamos ao ponto de confiança total na vida ressurreta de Jesus, que nos coloca em perfeito contato com o propósito de Deus, descobrimos que todas as perguntas cessam, e parece que não temos nada mais a perguntar. Você está vivendo essa vida agora? Se não, por que não passa a vivê-la?

Pode ainda haver um sem número de coisas obscuras ao nosso entendimento, mas elas não se interpõem entre nosso coração e Deus. "E naquele dia não me fareis pergunta alguma!" Não precisamos perguntar nada, pois estamos certos de que Deus resolverá tudo de acordo com sua vontade. João 14:1 passa a traduzir o verdadeiro estado do nosso coração, e aí cessam as perguntas.

Se alguma coisa é enigma para você e está-se interpondo entre você e Deus, não procure a explicação em seu intelecto, procure-a em sua disposição - ela é que está errada. Tão logo sua disposição concorde em submeter-se à vida de Jesus, o mistério se desfaz e você atinge aquele ponto em que não há distância entre o Pai e seu filho, porque o Senhor os fez um.
"... naquele dia nada me perguntareis."

Deus te abençoe.

Um tipo especial de amor

O Tribunal Supremo

"Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo. " 2 Coríntios 5:10

Paulo diz que todos nós compareceremos "perante o tribunal de Cristo". Se você aprender a viver na alva da luz de Cristo no presente, quando houver o julgamento você se deleitará com o trabalho que Deus operou em você. Mantenha-se firmemente voltado para o tribunal de Cristo; viva agora à luz do que mais sagrado você conhece. Uma atitude injusta em relação a outra pessoa acabará dominada pelo espírito do diabo, por mais santo que você seja. Basta uma decisão carnal, e a consequência é um inferno em seu coração. Traga-o para a luz imediatamente e ore: "Meu Deus, cometi esse erro". Se você não o fizer, seu coração se tornará insensível. O castigo imposto pelo pecado é arraigar o pecador mais e mais no pecado. Não é só Deus quem nos pune pelo pecado; o pecado instala-se em nós e cobra um alto salário. Não há esforço nem oração que nos capacite a parar de fazer certas coisas; e o castigo que o pecado nos impõe é, aos poucos, levar-nos a nos acostumarmos com ele a ponto de não mais reconhecê-lo como pecado. Nenhum poder, a não ser o influxo do Espírito Santo, pode alterar as consequências inerentes ao pecado.

"Se, porém, andarmos na luz como ele está na luz." Para muitos de nós, andar na luz significa que os outros andem de acordo com nosso padrão. Hoje em dia o farisaísmo mais mortífero não é a hipocrisia, mas uma inconsciente irrealidade.

Deus te abençoe.

Angústia é ganho

Ricardo Gondim

Nascemos entre a bigorna e o martelo. A noção de perigo nos acompanha pela vida e não demoramos perceber: somos mortais. De repente, damos conta: o oceano onde nadamos não tem porto. Sabedores do fim, cansados de nadar contra a maré, provamos um fel chamado angústia.

Não há como fugir, é o medo existencial que faz nascer a angústia. Dela vem o choro que nunca desengasga. A angústia é mãe de pequenos surtos depressivos – que jamais entristecem totalmente. Angústia dói em todas as línguas. E lateja feito dor de dente.

A vida não se deixa domesticar. Não há unguento que cure o sofrimento de existir. E depois de toda obra e toda aventura, sobra a única certeza: a guilhotina descerá no pescoço de todos.

Não se extirpa a angústia dos ossos, da pele, do coração. Não existe antídoto para sua peçonha. André Comte-Sponville afirmou que “somos fracos no mundo, e mortais na vida. Expostos a todos os medos. Um corpo para as feridas, ou para as doenças, uma alma para as mágoas, e ambos prometidos à morte somente… Ficaríamos angustiados por menos”.

A angústia nunca se deixa descobrir. É assintomática. Oxigênio algum resolve quando falta fôlego na alma. Inexistem saídas. Tudo termina em tragédia. Fernando Pessoa constatou sobrarem pratos na mesa. Era dia do seu aniversário e, triste, disse ser “sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio….”.

Todos vestirão luto um dia.

Pascal comparou o sentimento de angústia a homens acorrentados: “Todos condenados à morte, sendo todos os dias uns deles degolados à vista dos outros. Aqueles que restam veem sua própria condição naquela de seus semelhantes, e, olhando-se uns aos outros com dor e sem esperança, esperam sua vez”. No seu pessimismo, resta enlouquecer ou “ se divertir”. Numa equação shakespeariana: fuga ou loucura, eis a questão.

A modernidade tecnológica também se apropriou do jargão antigo:“Consumamos, consumamos, porque amanhã morreremos”. Nenhum país incorporou tanto essa ideia quanto os Estados Unidos. Lá virou o paraíso do consumo, a nova Roma para onde bárbaros desejam emigrar. Na América, rodam duas vezes mais automóveis per capita que o restante da humanidade. Gasta-se mais energia com ar condicionado que toda a produção energética da China. O desembolso com sapatos tênis fica em torno de doze bilhões de dólares. Mas, o consumismo desenfreado atual deixa as pessoas mais contentes ou felizes do que em 1954? Brinquedos caros ou baratos são impotentes para tirar a vontade de chorar.

Onde está a fonte da juventude eterna? A humanidade conseguiu adiar o dia fatídico. Os avanços da medicina se tornaram espantosos. Com o culto ao corpo, países ricos refizeram padrões estéticos. A beleza atual é bem diferente da medieval. A expectativa de vida aumentou mais nos últimos quarenta anos do que nos 4.000 anos precedentes. Cresceu de 53 anos – incluindo os países mais miseráveis – em 1960 para 67 anos em 2005. Uma criança nascida hoje viverá em média 122 mil horas ou 5,83 mil dias a mais do que uma, nascida há quatro décadas.

Um desdobramento negativo desses avanços é que as pessoas foram condenadas a passar mais tempo convivendo com a realidade. A longevidade também faz crescer a angústia.

O mesmo soluço que afligiu filósofos gregos e salmistas judaicos soluça hoje. Mudaram os rótulos. Continuam as fobias do passado. O avanço da psicologia e o progresso da espiritualidade não desmentem que viver é um perigo. A força da angústia resiste a comprimidos e todas as alquimias.

Não sobram muitas escolhas. Jogados ao mundo, resta-nos aprender a viver.

O judeu itinerante, Jesus de Nazaré, falou coisas agradáveis, sem, contudo, evitar as antipáticas. Sua mensagem convidou homens e mulheres a considerarem a vida como rara e imprescindível. Ao referir-se à verdade, ensinou a necessidade de enfrentar a realidade. Ele deixou as pessoas decidirem se queriam ou não lidar com a angústia. Não receitou fórmulas fáceis de como desatar os nós da alma. Seguidores e ouvintes deviam aprender a usar a força negativa da angústia em favor da felicidade. E não basta um estado transitório – estar alegre, feliz. A vida é um convite a ser.

Jesus acreditou que viver é somar pequenas decisões; é juntar experiências boas e más na construção do ser. Fiel à tradição do Eclesiastes, ele viu que só encontramos algum sentido mínimo de existir ao somarmos choros e risos, desejos e realizações, frustrações e sonhos.

Ninguém precisa exorcizar a angústia, que, assumida, gera sede de transcendência. A vida carece também de um lado sombrio para ser eterna. Além do mais, a angústia garantiu a sobrevivência da espécie. Só os angustiados buscam companhia. A angústia fez com que os primeiros seres humanos desejassem viver em sociedade. Ao notarem que eram frágeis e iguais no sofrimento, deram as mãos.

O grito que se ouviu no Calvário – Eli, Eli, lamá sabactini?, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” – tornou-se o grito de toda a humanidade. Os lábios de Cristo passaram a representar os negros que morreram em navios fétidos, as mulheres perseguidas na Inquisição, as crianças que se exauriram em trabalho escravo, os curdos que nunca tiveram pátria. O filho de Deus desentranhou a sua angústia, que ressoou pelos quatro cantos da terra, e passou a ser o grito de todos. Cravados com ele no madeiro da solidão, seguimos o seu exemplo e encaramos qualquer sina – Ele é autor e consumador da fé.

Soli Deo Gloria

Geração preparada e despreparada

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).

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