Um bichinho chamado Desânimo

Por: Pr. Eliézer R. Abreu

Existe um filme dos estúdios Walt Disney que conta uma história do tipo “Alice no país das maravilhas”, contendo um episódio de luta entre duas mulheres mágicas.

A tática de luta entre elas era a de se transformarem em seres diferentes a cada momento: quando uma virava um rato, a outra se transformava em gato. Para vencer o gato, surgia a figura do tigre, que era colocado sob a ameaça de um rinoceronte, enfrentado por um dinossauro.

A disputa continua até o ponto em que uma delas assume a forma de um imenso dragão voador, cuja aparência é de um ser imbatível. A batalha parecia ter chegado ao fim, quando a outra simplesmente desaparece.

A primeira reclama que as regras do combate não permitiam o uso da invisibilidade, e que estaria havendo trapaça, no que é contestada com a declaração de que não havia ocorrido o uso da invisibilidade, mas sim a transformação de uma delas em um micróbio invisível de uma doença mortal aos dragões, que agora se encontrava na corrente sanguínea do monstro.

Não é preciso detalhar o fato de que a esperteza resultou na vitória da mulher que adquirira a forma minúscula do gérmen fatal.

Certamente essa história não passa de um desenho animado para distrair crianças, mas nela está contido um sentido prático, que não está longe de nossas ações diárias, nos mais variados campos das atividades.

Curiosamente, há momento em que os gigantes da vida, as montanhas do caminho, são vencidos e superados, mas os microinimigos e o cascalho que estão sobre a estrada nos atrapalham, nos derrubam e fazem com que percamos nossos objetivos e sonhos.

A atuação do desânimo na vida do cristão

Embora nós, os cristãos, tenhamos por costume enfatizar pontos altos das Escrituras, fazendo seus personagens nossos “heróis” e cujo exemplo deva ser seguido, a vida não é fácil, e tanto nosso dia a dia, como aquele dos servos de Deus do passado, envolvem momentos de profundo desafio.

Relembremos dois momentos da vida de Moisés:

MOMENTO 1 - Moisés estende a sua vara e faz com que as águas do Mar Vermelho se abram:

“Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se seco, e as águas foram partidas.” (Êx 14:15-16)

MOMENTO 2 - Moisés entra em desespero, desanima de sua missão, por causa do mesmo povo que havia cruzado o Mar Vermelho e saído de Egito, e pede a Deus que risque seu nome do Livro da Vida.

“Assim tornou Moisés ao Senhor, e disse: Ora, este povo pecou pecado grande fazendo para si deuses de ouro. Agora pois perdoa o seu pecado, senão risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito.” (Êx 32:32-34)

De acordo com as palavras de Jesus (Lc 10:20), ter nosso nome escrito no Livro da Vida é algo absolutamente superior a qualquer outra coisa. Significa a segurança de uma vida eterna junto de Deus.

Tão grande foi, contudo, a frustração de Moisés diante das dificuldades em cumprir a missão a ele confiada por Deus, que o sentido de valor se desvaneceu sob o peso do desânimo, e pediu algo inaceitável: perder a oportunidade de viver o eterno. De certa forma, Moisés colocou sua missão acima da relação pessoal com o Senhor, um erro perigoso que qualquer um pode cometer.

É verdade que a Bíblia promete a remoção de montanhas pela fé (Mt 17:20), e isso é uma verdade tão significativa que nossos inimigos, liderados pelo adversário de Deus, o diabo, procuram outras técnicas para atacar.

Pense naquele pneu que amanheceu furado, exatamente quando você está atrasado para uma reunião, a tal matéria da escola que é um horror e cujo professor é um tremendo carrasco, ou do recibo do imposto de renda que some no dia em que a Receita Federal coloca você na malha fina...

A lista poderia ir bem longe e incluiria, certamente, fatos que acontecem conjugados do tipo: óculos de grau que quebra exatamente quando você teria que fazer aquele teste difícil para um novo emprego, e igualmente a chave na porta da rua que quebra na fechadura.

As “pedrinhas” que são colocadas em nosso caminho têm uma aparência praticamente inofensiva, mas seu potencial de atrapalhar nossa existência, e mesmo a nossa fé, é bastante grande. Aqui é que entra em cena o tal do “bichinho”, pequeno, quase invisível, mas tão destrutivo como um vírus mortal, chamado “desânimo” .

Uma das razões pela quais ele é tão incômodo e nocivo deriva do fato de que, sendo gerado por estímulos externos, se instala no interior da pessoa e, a partir dos sentimentos humanos, emerge subitamente com todo seu potencial destruidor.

Por outro lado, sua consistência é aquela de um “fantasma”, não podendo ser “agarrado” por meios comuns, lançando raízes desde o passado distante até o futuro, de forma sutil. Com grande agilidade ele se desvia de armas que foram projetadas para vencer gigantes. Como um bom “bichinho”, ele penetra em todas as frestas da nossa mente e em todos os pontos fracos que a vida produziu em nossa estrutura emocional.

Todos temos “pontos fracos e frestas” da mente, geradas por nossa nossa história de vida, pela educação que recebemos e que, nem sempre, foi fundada na Bíblia. Podemos citar também o remorso de erros passados, que deveriam estar esquecidos pois Jesus já os perdoou, as frustrações, baixa auto-estima, as feridas causadas por desilusões emocionais, carência de dinheiro, falta de afeto, entre outros.

Seguramente, o “desânimo” é um dos “office boys”, um dos mensageiros do diabo, colaborando em tudo que pode para a realização da tarefa do inimigo que é “roubar, matar e destruir” (Jo 10:10).

A experiência do profeta Jonas

“Então Jonas saiu da cidade, e assentou-se ao oriente da cidade: e ali fez uma cabana, e se assentou debaixo dela,à sombra, até ver o que aconteceria à cidade.E fez o Senhor Deus nascer uma aboboreira, que subiu por cima de Jonas, para que fizesse sombra sobre a sua cabeça, a fim de o livrar do seu enfado: Jonas se alegrou em extremo por causa da aboboreira. Mas Deus enviou um bicho , no dia seguinte ao subir da alva, o qual feriu a aboboreira, e esta se secou. E aconteceu que, aparecendo o sol, Deus mandou um vento calmoso, oriental, e o sol feriu a cabeça de Jonas; e ele desmaiou, e desejou com toda a sua alma morrer, dizendo: Melhor me é morrer do que viver” (Jonas 4:5-8).

Podemos apreender algumas coisas interessantes com o dilema de Jonas:

• Quando nos assentamos para “pensar na vida”, e paramos de pensar em Deus e de agir para resolver os problemas, o “bichinho” ganha força.

• Queremos ter as bênçãos e nos alegramos quando as delas podemos desfrutar. O bem estar em excesso nos tira a fibra, afasta nosso pensamento do que é espiritual (Pv 30:8-9), abrindo mais espaço para o “desânimo”.

• Se o bicho enviado por Deus, que era uma prova e uma forma de esclarecimento para o profeta renitente, houvesse picado Jonas, provavelmente nada aconteceria. Ao atacar a planta, ponto fraco daquele homem pelo prazer que sentia com a “sombrinha”, o efeito foi rápido e profundo (“onde estiver o teu tesouro, ali estará o teu coração” Lc 12:34).

• Quando se fala em “desmaiar”, não se refere a um estado de saúde física debilitado, mas demonstra o abatimento que o desânimo provoca nas pessoas.

• Pode parecer que essa história do “bichinho” seja algo simples e facilmente superável mediante um “bom papo” com os amigos, uma visita ao shopping, ou uma diversão qualquer, mas na realidade é de efeito muito profundo.

Pare por um instante e avalie se, em alguma ocasião, já não se sentiu como o profeta Jonas, de tal forma que uma “plantinha” tão acalentada na sua vida foi “picada” por um bichinho chamado desânimo; que lhe pareceu que tudo estava acabado e não valia mais lutar pela vida.

Tais ataques do desânimo são encontrados em vários relatos bíblicos e atingiram pessoas fracas ou mesmo aquelas de alto nível espiritual, heróis da fé, exemplos de vida. Dentre eles podemos citar:

ELIAS: Era um homem profundamente entrosado com Deus, contudo, após a memorável vitória contra os profetas de Baal, sentiu o peso das ameaças de Jezabel e duvidou da validade de seu trabalho, escondeu-se em uma caverna como um perdedor qualquer e desejou a morte (I Rs 19:1-18).

JOÃO BATISTA: O “maior homem nascido de mulher”, destemido em sua pregação, tendo apresentado o Cordeiro de Deus ao mundo, entrou em uma crise de desânimo na prisão, não sabendo se havia cumprido sua missão (Lc 7:18-23).

A MULHER DE JÓ: Uma madame despreparada para enfrentar desafios, ficou completamente desanimada quando seu esposo não era mais detentor de bênçãos e propôs que ele abandonasse o Senhor e morresse. Isso nos indica que temos que ir diretamente a Deus, sem nos ater as pessoas, e que parente de justo não é necessariamente justo (Jó 2:9-10). Muitas vezes convivemos com a benção, freqüentamos a benção, mas não suportamos a menor brisa de desafio, desanimando rapidinho.

O POVO DE ISRAEL: Contaminados pelo desânimo dos espias enviados à terra prometida, também perderam o ânimo e desistiram de se apropriar da benção, com ela ao alcance de suas mãos (Nm 13:21-22 e 14:1-5).

ISAÍAS E GIDEÃO: Dois homens chamados por Deus e que queriam desanimar mesmo antes de iniciar suas missões, pelo fato de estarem com o olhar fixo nas suas limitações, desapercebidos de que o poder divino se mostra mais intenso diante de nossas fraquezas (Jz 6:11-16; Is 6:1-5).

O desânimo tem a facilidade de chegar rápido até nós, em uma estratégia que pode até parecer nosso amigo, muito condescendente com nossos problemas. Ele nos oferece um falso carinho e nos promete o consolo do esquecimento afirmando: “Deixe de lutar, você já sofreu demais, relaxe.”

A FÉ, A ESPERANÇA E O AMOR

Quando o “bichinho” ataca, seus alvos são as três coisas essenciais que norteiam a vida do cristão:

A FÉ - Sendo o desânimo algo imaterial, ele atua exatamente no campo daquilo que “não pode ser visto e que ainda se espera”, impedindo que possamos agradar a Deus (Hb 11:6). Daí, a base desvanece, destruindo projetos e sonhos que conquistamos através da linguagem da fé.

A ESPERANÇA – É um alvo para o desânimo na medida em que se coloca entre nós e as promessas de Deus, embaçando a visão do futuro, dando ao diabo a oportunidade de apresentar suas mentiras de que não existe Deus, e que se Ele existe não se importa com você, sendo impossível o perdão dos pecados, a recepção de bênçãos, a salvação, a volta de Cristo e a ressurreição (Cristo em nós é a esperança da glória – Cl 1:27).

Um exemplo clássico na Bíblia são as irmãs de Lázaro, que se dirigiram a Jesus completamente desanimadas, pois tinham perdido a esperança de ver novamente seu irmão com vida (Jo 11.20-24).

O AMOR - Pela simples razão de que o desânimo tira a força interior do homem, sua motivação e, conseqüentemente, sua coragem. Isso equivale a ter medo, que é um elemento capaz de anular o amor.

“No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor.” (I Jo 4.18)

Quando o amor preenche o coração e a mente de uma pessoa, ele lança fora o medo e também não admite o desânimo, uma vez que tem uma missão de vida voltada para os outros e não para si mesmo.

Algumas das mais expressivas vitórias da Bíblia estão diretamente associadas à determinação de pessoas que não desanimaram diante das situações adversas:

  • Jacó: Lutou com Deus (Gn 32:22-32)
  • Josué: Luta sempre (Js 1:1-19)
  • Eliseu: Quer o dobro (II Rs 2:1-11)
  • Paulo: Supera as adversidades (II Co 4:8-10)

Conclusão:

Quando a tristeza nos envolve, fica muito difícil ver a benção, mesmo que ela esteja ali ao nosso lado. Veja o que aconteceu com os dois discípulos no caminho de Emaús, que lamentavam a morte de seu Mestre dirigindo-se exatamente a Jesus, que já havia ressuscitado (Lc 24:13-35)!

Levante os olhos e não fique “chorando o leite derramado”. Quem sabe a bênção está mais perto do que você imagina! Troque o bichinho desânimo pela certeza das promessas de Deus, que fortalece e neutraliza qualquer vírus de derrota na sua vida.

Que o Eterno te abençoe.

“...porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia.” (II Tm 1:12).



Homenagem ao Dia do Amigo

Existem cinco estágios em uma carreira:

O primeiro estágio é aquele em que um funcionário precisa usar crachá, porque quase ninguém na empresa sabe o nome dele.

No segundo estágio, o funcionário começa a ficar conhecido dentro da empresa e seu sobrenome passa a ser o nome do departamento em que trabalha... Por exemplo, "José" de contas a pagar.

No terceiro estágio, o funcionário passa a ser conhecido fora da empresa e o nome da empresa se transforma em sobrenome. José da Usina tal.

No quarto estágio, é acrescentado um título hierárquico ao nome dele: José, Gerente da Usina tal.

Finalmente, no quinto estágio, vem a distinção definitiva. Pessoas que mal conhecem o José passam a se referir a ele como 'o meu amigo José, Gerente da usina tal'. Esse é o momento em que uma pessoa se torna, mesmo contra sua vontade, em 'amigo profissional'.

Existem algumas diferenças entre um amigo que é amigo e um amigo profissional:

Amigos que são amigos trocam sentimentos. Amigos profissionais trocam cartões de visita.

Uma amizade dura para sempre. Uma amizade profissional é uma relação de curto prazo e dura apenas enquanto um estiver sendo útil ao outro.

Amigos de verdade perguntam se podem ajudar. Amigos profissionais solicitam favores.

Amigos de verdade estão no coração. Amigos profissionais estão em uma planilha.

É bom ter uma penca de amigos profissionais. É isso que, hoje, chamamos networking, um círculo de relacionamentos puramente profissional. Mas é bom não confundir uma coisa com a outra. Amigos profissionais são necessários. Amigos de verdade, indispensáveis. Imagine você um dia descobrir que tinha bem mais amigos do seu cargo do que da sua pessoa! Algum dia (e esse dia chega rápido), os únicos amigos com quem poderemos contar serão aqueles poucos que fizemos quando amizade era coisa de amadores. Por isso preservem as amizades verdadeiras porque os sda tua posição desaparecerão, os amigos da sua pessoa permanecerão do teu lado.

"No mundo sempre existirão pessoas que vão te amar pelo que você é, e outras que vão te odiar pelo mesmo motivo. Acostume-se... "

Max Gehringer

Rafinha Bastos pode ser investigado por piada sobre estupro

O Ministério Público de São Paulo pediu abertura de inquérito policial contra o humorista Rafinha Bastos, do programa "CQC", da TV Bandeirantes, para apurar suposta incitação e apologia ao crime por conta de uma piada sobre estupro.

Carlos Cecconello/Folhapress
O humorista e apresentador Rafinha Bastos, que deve ser investigado por declarações sobre estupro
O humorista e apresentador Rafinha Bastos, que deve ser investigado por declarações sobre estupro
As declarações foram feitas por Bastos em seu show de comédia stand-up e reproduzidas na revista "Rolling Stone". Na ocasião, o humorista disse que toda mulher que reclama que foi estuprada é feia, e que o homem que cometeu o ato merecia um abraço, e não cadeia.
O pedido de inquérito é da promotora de Justiça Valéria Diez Scarance Fernandes, coordenadora do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar.
No ofício, a promotora diz que o humorista compara publicamente o estupro a "uma oportunidade" para determinadas mulheres e o estuprador a um benfeitor, digno de "um abraço". "O estupro é um crime. O estuprador é um criminoso que deve ser punido e não publicamente incentivado", diz Fernandes.
A requisição de instauração de inquérito é resultado de representação feita à Promotoria pela coordenadora do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Thais Helena Costa Nader.
Contatada, a assessoria de imprensa de Rafinha Bastos disse que o humorista não tem nada a declarar sobre o assunto.
REPÚDIO
A piada de Bastos foi criticada pelo Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo, órgão institucional formado por representantes da sociedade e do poder público, que divulgou nota de repúdio contra o humorista.
"A liberdade de expressão, direito previsto constitucionalmente, encontra limite quando em choque com outro direito, que é o da dignidade da pessoa humana, que está acima de qualquer outro", diz a nota. O conselho viu na piada de Bastos conteúdo machista e preconceituoso, "encorajando homens, bem como fazendo parecer que o crime de estupro, hediondo por sua natureza, não seja punível".

O humorista também foi alvo da Marcha das Vadias. Em São Paulo, as manifestantes fizeram protesto em frente ao Comedians, clube de comédia de Rafinha Bastos e Danilo Gentili. No Rio, o humorista foi vaiado por conta das declarações.

Fonte: Folha.com
http://pracasanaocair.blogspot.com/

Ser feliz

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
Mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
Se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
Um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos..
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

(Fernando Pessoa)

Depressão espiritual



Salmo 
42 e 43

A depressão parecer ser uma condição bastante comum entre os cristãos. Não me refiro à depressão clínica, que pode necessitar de tratamento psiquiátrico e psicológico especializado, mas à depressão espiritual, com a qual deveríamos ser capazes de lidar por nós mesmos.

O autor dos salmos 42 e 43 é transparente acerca de sua depressão. Para começar, ele está com sede de Deus, porque está separado dele, passando por algum deserto, ou por algum tipo de exílio forçado. Ele relembra as grandes celebrações do passado (Sl 42.4b). Ele tem saudades de celebrar o poderoso Deus junto com a comunidade. Sua depressão se deve, no entanto, não somente à ausência de Deus, mas também à presença dos inimigos. Eles o provocam perguntando: “Onde está o teu Deus?” (Sl 42.3,5).

Mas ele encerra o cântico dizendo: “...ainda o louvarei; ele que é o meu salvador e o meu Deus”. O uso duplo do pronome possessivo, “meu salvador e meu Deus”, é muito significativo. O salmista está reafirmando sua relação de aliança com Deus e nenhuma variação de humor pode destruir isso.

Ore
Senhor, queremos ver e nos alegrar com cada membro da nossa família declarando de todo coração a ti: “meu Salvador e meu Deus”. Amém.

Pense
Por que a sua alma está triste? Vire o seu rosto para Deus e volte a sorrir.

"Cada Dia"

Ideologia gay e Homossexualidade não são a mesma coisa

Ideologia gay e Homossexualidade não são a mesma coisa, afirma o Jornalista Ruy Fabiano

Toda a campanha em favor da causa gay, e que orienta a aprovação do projeto de lei 122, em tramitação no Senado, parte de uma mesma premissa: haveria, no Brasil, um surto de homofobia — isto é, hostilidade e ameaça física aos gays.

A premissa não se sustenta estatisticamente. Os números, comparativamente aos casos gerais de homicídios anuais no país – cerca de 50 mil! —, são irrelevantes.

Segundo o Grupo Gay da Bahia, de 1980 a 2009, foram documentados 3.196 homicídios de homossexuais no Brasil, média de 110 por ano.

Mais: não se sabe se essas pessoas foram mortas por essa razão específica ou se o crime se deu entre elas próprias, por razões passionais, ou pelas razões gerais que vitimam os outros 49 mil e tantos infelizes, vítimas do surto de insegurança que abala há décadas o país.

Se a lógica for a dos números, então o que há é o contrário: um surto de heterofobia, já que a quase totalidade dos assassinatos se dá contra pessoas de conduta hetero.

O que se constata é que há duas coisas distintas em pauta, que se confundem propositalmente e geram toda a confusão que envolve o tema.

Uma coisa é o movimento gay, que busca criar espaço político, com suas ONGs e verbas públicas, ocupando áreas de influência, com o objetivo de obter estatuto próprio, como se opção de conduta sexual representasse uma categoria social.

Outra é o homossexualismo propriamente dito, que não acrescenta nem retira direitos de cidadania de ninguém.
Se alguém é agredido ou ameaçado, já há legislação específica para tratar do assunto, independentemente dos motivos alegados pelo agressor. Não seria, pois, necessário criar legislação própria.

Comparar essa questão com o racismo, como tem sido feito, é absolutamente impróprio. Não se escolhe a raça que se tem e ver-se privado de algum direito por essa razão, ou previamente classificado numa categoria humana inferior, é uma barbárie.

Não é o que se dá com o homossexualismo. As condutas sexuais podem, sim, ser objeto de avaliação de ordem moral e existencial, tarefa inerente, por exemplo (mas não apenas), às religiões.

Elas — e segue-as quem quer — avaliam, desde que existem, não apenas condutas sexuais (aí incluída inclusive a dos heterossexuais), mas diversas outras, que envolvem questões como usura, intemperança, promiscuidade, infidelidade, honestidade etc.

E não é um direito apenas delas continuar sua pregação em torno do comportamento moral humano, mas de todos os que, mesmo agnósticos, se ocupam do tema, que é também filosófico, político e existencial.

Assim como o indivíduo, dentro de seu livre arbítrio, tem a liberdade de opções de conduta íntima, há também o direito de que essa prática seja avaliada à luz de outros valores, sem que importe em crime ou discriminação. A filosofia faz isso há milênios.

Crime seria incitar a violência contra aqueles que são objeto dessa crítica. E isso inexiste como fenômeno social no Brasil. Ninguém discute o direito legal de o homossexual exercer sua opção. E a lei lhe garante esse direito, que é exercido amplamente.

O que não é possível é querer dar-lhe dimensão que não tem: de portador de direitos diferenciados, delírio que chega ao extremo de se cogitar da criação de cotas nas empresas, universidades e partidos políticos a quem fez tal opção de vida.

Mesmo a nomenclatura que se pretende estabelecer é falsa. A união de dois homossexuais não cria uma família, entendida esta como uma unidade social estabelecida para gerar descendência e permitir a continuidade da vida humana no planeta.

Casamento é instituição concebida para organizar socialmente, mediante estatuto próprio, com compromissos recíprocos, a geração e criação de filhos.Como aplicá-lo a outro tipo de união que não possibilita o que está na essência do matrimônio? Que se busque então outro nome, não apenas para evitar confusões conceituais, mas até para que se permita estabelecer uma legislação que garanta direitos e estabeleça deveres específicos às partes.

Há dias, num artigo na Folha de S. Paulo, um líder de uma das muitas ONGs gays do país chegou a afirmar que a heterossexualidade não resultaria da natureza, mas de mero (e, pelo que entendi, nefasto) condicionamento cultural, que começaria já com a criança no ventre materno.

Esqueceu-se de observar que, para que haja uma criança no ventre materno, foi necessária uma relação heterossexual, sem a qual nem ele mesmo, que escrevia o artigo, existiria.

Portanto, a defesa de um direito que não está sendo contestado — a opção pelo homossexualismo — chegou ao paroxismo de questionar a normalidade (e o próprio mérito moral) da relação heterossexual, origem única e insubstituível da vida.

Não há dúvida de que está em cena um capítulo psicótico da história.

A Tragédia não é o Fim


A Bíblia conta em 2 Samuel 9 a história de Mefibosete.

Sua vida foi cheia de tragédias. Quando ele tinha cinco anos, mataram seu avô; no mesmo dia, mataram seu pai. Como se não bastasse, a babá, querendo protegê-lo, o pegou nos braços e saiu correndo para escondê-lo. Ao fazer isto, ela tropeçou e deixou o menino cair no chão.
Ele quebrou as duas pernas e nunca mais andou. Mefibosete foi então escondido. Quem o escondeu pensava estar protegendo-o do novo rei, Davi. Pois pensava que Davi queria matá-lo por ser Mefibosete o herdeiro do trono.

Mefibosete, que nascera para ser um príncipe, morar no palácio, e desfrutar de uma vida formidável, vivia escondido numa casa emprestada, que não era sua, solitário e sem comunicação.

No entanto, Davi, o rei, fizera uma aliança com o pai de Mefibosete, Jônatas, e prometera cuidar e proteger todos os seus descendentes. Mefibosete, por pensar que Davi o procurava para o mal, mais se escondia. Quando Davi o descobriu, mandou um dos seus servos buscá-lo. Ziba foi ao encontro de Mefibosete e o carregou nos braços de volta ao palácio. Davi restaurou a vida de Mefibosete e lhe devolveu tudo o que ele tinha direito. Mefibosete passou a viver lado a lado com o rei.


Todas as nossas tragédias fazem com que nos escondamos também. Pensamos que o Supremo Rei nos abandonou e ficamos com medo ou raiva, não entendendo porque este Rei amoroso permite que coisas horrendas nos aconteçam. O grande Rei fez uma aliança com seu filho Jesus. Ele também prometeu cuidar de você. Ele enviou o Espírito Santo para nos achar, buscar e trazer para o seu palácio. Em sua presença todas as nossas dores são curadas, nossos sonhos são realizados, nossas amarguras dissipadas, e nossas lágrimas enxugadas.

Não posso explicar porque tragédias acontecem com gente boa. Alguns dizem que é o destino, não creio; outros dizem que é castigo, mas que mal fez Jesus para morrer na cruz? Ainda outros dizem que estamos sendo purificados. A verdade é que muitos de nossos sofrimentos não têm explicação plausível.

O que posso afirmar com segurança é que o Rei está a sua procura. Ele quer abraçar-lhe, cuidar de você, realizar seus sonhos, e mudar sua história. Nenhuma tragédia é final. Tudo pode ser mudado. Quando cremos nisto, quando mantemos a esperança viva, quando não desistimos da vida, quando aceitamos o amor de Deus, temos as forças renovadas.

Como ministrar a outros se nos sentimos feridos? Do mesmo modo que Jesus salvou o mundo através de suas chagas. Pois se o grão de trigo não morrer fica ele só, mas ao morrer o grão de trigo produz muitos grãos.
Assim podemos consolar os outros com as mesmas consolações com que fomos consolados. O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza.

Creia, a partir de você uma história de paz, amor, vida, e esperança começa a ser escrita. A tragédia não é o fim.

Por Dr. Silmar Coelho

Gungor "You Have Me"

Ministério pastoral e missão integral

Entrevista com Antonio Carlos Barro

A Teologia Evangelical, ou seja, Missão integral, a partir de seu lema "O Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens", definido no Congresso Internacional de Evangelização, realizado em 1974, em Lausanne, na Suíça, oferece uma lente através da qual lemos as Escrituras Sagradas em busca de referenciais para a presença do cristão e da comunidade cristã no mundo.

Mas poucos são os pastores, líderes e faculdades evangélicas que optam por estudá-la e praticá-la em suas vidas, denominações e programas de ensino. E muitos confundem a missão integral com o assistencialismo aos mais pobres.

Crendo que a Missão Integral é algo fundamental para exemplificar e demonstrar a presença cristã que gera transformação das dimensões morais, intelectuais, econômicas, culturais e políticas da comunidade onde está inserida, é que entrevistamos o Dr. Antonio Carlos Barro.

Barro é doutor em Estudos Interculturais pelo Fuller Theological Seminary (California/EUA), professor de disciplinas na área de Teologia Prática, fundador da Faculdade Teológica Sul Americana e atual Chanceler, pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil e responsável pelo site www.sermao.com.br

O que é ter um ministério pastoral com missão integral?

Antonio Carlos - Primeiro devo dizer que essa é uma tarefa um pouco complicada. Complicada porque poucos pastores sabem o que é missão e bem poucos sabem o que é missão integral. Já tivemos casos (mais de um) de pastores que são formados em seminários tradicionais no Brasil que vêm estudar em um dos cursos da Faculdade Teológica Sul Americana e sem ter idéia do que estamos falando quando o termo Missão Integral é usado. Se os pastores não sabem o que é Missão Integral como eles vão desenvolver seus ministérios debaixo deste guarda-chuva?

Mas, respondendo à pergunta de maneira bem simples eu diria que ter um ministério com a missão integral é olhar para o ser humano com um olhar cheio de amor e de bondade e ministrar a esse ser humano de tal forma que ele encontre sua identidade na casa de Deus e recupere a sua dignidade na forma da nova criação. Todas as partes que juntas formam o ser humano são alvos do ministério pastoral.

Muitos confundem a Missão Integral com o assistencialismo aos pobres, qual a diferença? Como as Igrejas podem colocar a missão integral em prática?

Antonio Carlos - Essa confusão se dá em decorrência do que já afirmei na primeira pergunta. Os evangélicos sempre foram preocupados com a alma das pessoas. Queriam salvar almas para o céu. Nossas pregações, nossos hinos e a nossa práxis eram nessa direção. Até que um dia descobriram que a igreja precisa fazer algo mais e esse algo mais era em direção aos pobres. Alguém chamou isso de Missão Integral (MI). A partir desse momento criou-se a lenda de que MI é fazer algo para os pobres e marginalizados da sociedade.

Isso não é e nunca será MI.

Missão Integral como o próprio nome afirma é integral. Para ser integral é preciso ter as partes. A soma de todos os ministérios ou de tudo o que a igreja faz é a MI. Integral é o valor limite da soma daquilo que a igreja é. Num certo sentido nem precisa do nome Integral. Missão já é essa soma. Assim sendo, uma igreja pode ter um ministério com os pobres numa favela e estar longe da MI, bem como um igreja que trabalha com casais ou uma igreja que evangeliza ricos na Av. Paulista.

Eu não conheço nenhuma igreja que desenvolve a MI na sua plenitude. Essa igreja ainda não foi fundada.

A ação missiológica e pastoral da igreja afeta a pessoa humana em todas as suas dimensões: biológica, psicológica, espiritual e social - a pessoa inteira em seu contexto. Como recuperar a visão bíblica da unidade do ser humano nestas dimensões inseparáveis sem cair numa teologia triunfalista?

Antonio Carlos - A única maneira de recuperar isso é reciclar os pastores e líderes assim como todo o povo de Deus. A pergunta que precisa ser feita é se essas pessoas querem aprender a respeito dessa visão ministerial que engloba todo o ser humano. Minha impressão é que a igreja não quer aprender, porque isso é custoso, envolve quebra de paradigmas e um retorno a um cristianismo mais simples que atuaria como contracultura de quase tudo o que está acontecendo em nossas comunidades.

Rene Padilla, um dos grandes precursores da Missão Integral certa vez declarou: "O grande perigo para a sociedade e para a missão integral da igreja hoje, não é o comunismo, mas é o capitalismo." Você concorda com esta afirmação?

Antonio Carlos - Bem, eu não sei o que estava na cabeça do Padilla e em qual contexto ele fez essa declaração. A meu ver não existe nenhum sistema que ajuda ou atrapalha a MI. Ela é desenvolvida independentemente do sistema vigente porque ela é maior do que qualquer cultura e por isso, transforma a cultura. Se o governo é comunista, capitalista ou monárquico isso não tem a menor importância.

Agora existe um fato que é mais preocupante e que foi apontado por Herbert Butterfield, historiador Inglês nos anos cinquenta: a igreja sempre foi como um camaleão. Se o governo é republicano, ela é republicana; se o governo é monárquico, ela é monárquica. Ou seja, a igreja é conivente com o sistema. Tem alguns que não serão. Esses são os remanescentes fiéis e os que não dobram os joelhos para Baal.

Em sua opinião o que dará mais certo: uma igreja com programas e projetos de evangelização e discipulado ou uma igreja que treina seus membros para obedecerem a Cristo nas suas diferentes áreas da vida cívica?

Antonio Carlos - Uma coisa não elimina a outra. Ou uma coisa deveria incluir a outra. Os programas de discipulados na maioria das igrejas não passam de um tempo em que o aprendiz irá ouvir (não digo aprender) algumas fórmulas da nossa sagrada tradição evangélica. Irá ouvir que somos isso e não aquilo, que fazemos isso e não aquilo. O ensino é meramente formal, enche a cabeça de alguns conceitos que não podem ser usados para nada na vida prática.

A igreja deveria educar seus membros para que sejam pessoas libertas do pecado, do medo e da apatia. A maioria dos crentes é apática. O crente aprende desde cedo numa igreja evangélica que a sua função é frequentar um culto e dar o dízimo. Ninguém o desafia a ser uma agente de transformação na sociedade. Portanto, o que chamamos de discipulado pode ser chamado de qualquer coisa.

Quais as dificuldades da Igreja de hoje para vivenciar a missão integral?

Antonio Carlos - Acho que já respondi nas perguntas anteriores.Mas a maior dificuldade é a falta de entendimento a respeito de dois termos básicos: missão e missões. Quando eu vou a uma conferência missionária, eu participo de um evento que tem um foco: falar de missões. Isso inclui orar, ir, contribuir, conhecer, etc. Tudo ali gira em torno de missões, seja mono cultural ou transcultural.

Agora quando eu vou pregar sobre missão da igreja, os crentes e os pastores pensam que eu estou falando sobre missões. Aí eles fecham o filtro porque ninguém está muito interessado em missões. Eu não posso ser pastor ou líder se eu não entendo o que é missão, se eu não entendo que a missão é a razão de ser da igreja, que a natureza da igreja é missionária. Falta mais reflexão aos nossos líderes, eles deveriam pensar mais nisso.

Quais os seus conselhos aos líderes e pastores para repassar a visão da missão integral para sua igreja?

Antonio Carlos - Ver, julgar e agir.

Ver o que está à sua volta, ensinar sua igreja a ler a Bíblia e o mundo ao mesmo tempo e levar sua igreja a responder às necessidades que estão perto dela. Pelo menos isso. Não se preocupe em querer salvar o mundo. Salve o seu bairro, salve sua cidade.Agir em nome de Deus e com os recursos disponíveis. Fazer o que pode e o que não pode, ore a Deus. Ele é o Senhor dos recursos.Depois avalie o que foi feito, arrume o que pode ser arrumado.

Finalmente, convoque a comunidade e celebre os frutos da missão. Depois de celebrar (alguns podem chamar isso de culto) saia para o mundo em missão. Retorne para celebrar e volte ao mundo para missionar. Só isso.

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Desenvolvendo o potencial das crianças

Compassion: desenvolvendo o potencial das crianças

Entrevista com Ana Rafaela dos Santos Publicado em 29.06.2011

Qual é o espaço que a criança tem em sua Igreja? Quais as atividades preparadas para ela? Sua Igreja/organização apresenta algum trabalho social para promover o desenvolvimento do potencial das crianças da sua comunidade/bairro ou cidade? Pensar no Ide sem incluir as crianças é fazer a Missão pela metade.

Uma das organizações mais respeitadas, a Compassion atua em 26 países, inclusive no Brasil, em parceria com igrejas evangélicas, beneficiando em nosso país cerca de 32 mil crianças em situação de risco em 7 Estados: Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
A Compassion International é uma organização evangélica interdenominacional, não-governamental, sem fins lucrativos, cujo objetivo é ajudar crianças em situação de risco ao redor do mundo. Foi criada em 1952 pelo missionário Everett Swanson em resposta à pobreza e à desolação de crianças que se tornaram órfãs devido à guerra na Coreia.

Há mais de 20 anos no Brasil, a Compassion tem feito a diferença na vida de muitas crianças, capacitando-as e preparando-as para um futuro melhor.

Para conhecer mais suas atividades, entrevistamos Ana Rafaela dos Santos, graduada em Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda, e pós-graduada em Gestão da Comunicação, ambas pela Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação (ESAMC), em Campinas, SP. Ana serve o ministério da Compassion há 2 anos e meio como especialista em comunicação e é membro da Primeira Igreja Batista em Campinas.

Algumas histórias sobre o Brasil podem ser achadas nestes links: http://blog.compassion.com/tag/brazil. Sites da Compassion http://www.compassion.org.br/ (em português) http://www.compassion.com/ (em inglês)

O Presidente da Compassion International, Wess Stafford, escreveu o livro "To Small to Ignore" ("Pequenos demais para serem ignorados"), compartilhando seu ponto de vista a respeito das crianças e sobre o papel dos pequeninos no Reino de Deus. Qual a visão e que princípios podemos aprender com este livro?

Ana - Wess Stafford costuma dizer que tudo o que precisou aprender para liderar a Compassion ele aprendeu quando era criança e morou com seus pais na África. Wess é filho de missionários e sofreu na infância abusos na escola onde estudou. Hoje é uma das vozes mais respeitadas em defesa da criança. O livro "Pequenos demais para serem ignorados" conta sua trajetória e ele fala sobre o valor dos pequeninos no Reino de Deus. Devemos ter em mente que as crianças não sao a igreja de amanhã, mas de hoje - elas também são agentes transformadores. Temos muitas histórias de famílias inteiras que se converteram por causa do testemunho de uma criança.

O que é Compassion e quais seus objetivos?

Ana - A Compassion é uma instituição não governamental cujo objetivo é libertar crianças da pobreza em nome de Jesus. A sede fica em Colorado Springs, nos Estados Unidos, e temos 12 países parceiros (países que levantam recursos) e 26 países campo (países que recebem os recursos - incluindo o Brasil). Os recursos são levantados por meio de apadrinhamento.

Trabalhamos em parceria com Igrejas Evangélicas que tenham a mesma visão de alcançar crianças em situação de vulnerabilidade social. Por meio dessas parcerias, capacitamos a Igreja e seu Projeto social provendo apadrinhamento das crianças, suporte financeiro e treinamento.

Quais os programas da Compassion?

Ana - No Brasil, a Compassion tem dois programas, o CDSP - Child Development trhough Sponsorship e o LDP - Leadership Development Program.

O CSDP é o Programa de Desenvolvimento da Criança por meio do Apadrinhamento. Este programa é voltado às crianças e adolescentes de 3 a 18 anos. A criança/adolescente frequenta o Projeto no período em que não está na escola. No Projeto, ela recebe apoio cognitivo, nutricional, educação cristã e outras ferramentas que ajudam no seu desenvolvimento integral. É no CDSP que ela se corresponde regularmente com o seu padrinho. Não são raros os casos em que a única palavra de incentivo para esta criança ou adolescente venha apenas de seu padrinho. Um exemplo é do jovem Felipe, do Rio de Janeiro. Quando ele era criança, chegou a tomar água com açúcar para enganar a fome. Durante os anos em que esteve no Projeto, recebeu cartas regularmente do seu padrinho, estimulando-o sempre a estudar e nunca desistir de seus sonhos. Hoje, este jovem estuda direito e paga a sua faculdade trabalhando com informática, que aprendeu em um curso oferecido pela Compassion, e já conseguiu, inclusive, fazer um intercâmbio de dois meses na África do Sul para aperfeiçoar o inglês. Ele não esconde que está fazendo tudo isso hoje por causa do incentivo que recebeu de seu padrinho enquanto estava no Projeto.

O LDP é um programa de desenvolvimento e capacitação de líderes cristãos voltado a adolescentes oriundos do CDSP que conseguiram entrar em uma universidade. Para participar deste programa, existe uma seleção, pois as vagas são limitadas. Além do suporte financeiro dado pelos padrinhos para que eles possam continuar estudando, os estudantes se encontram regularmente para receber mentoreação. Nestes encontros, participam de workshops que agregam conhecimento à sua formação, como administração financeira, princípios bíblicos de integridade e mordomia, etc

Nosso objetivo é que, ao concluir o Programa, a criança esteja encaminhada para se tornar um adulto auto-sustentável e um cristão pleno.

Existe ainda um outro programa que ainda não é rodado no Brasil, o CSP - Child Survival Program, voltado para a sobrevivência do bebê.

Como as Igrejas podem ser parceiras da Compassion?

Ana -
É preciso que já exista alguma iniciativa de programa de assistência socioeducativa realizado na Igreja com crianças em situação de extrema pobreza, possuir espaço para realizar atividade com as crianças e flexibilidade para aumentar o quadro de voluntários/funcionários.

É importante ressaltar que estamos abrindo parcerias no Estados do Maranhão, na região dos Cocais (Caxias, Codó e adjacências), interior do Ceará e Pernambuco. Se alguma igreja tem interesse, basta nos contatar pelo e-mail faleconosco@br.ci.org

Como é o dia a dia visitando lugares e ouvindo histórias de crianças em situação de extrema miséria e em situação de risco? Como é contar histórias para que "o mundo veja não apenas a pobreza, mas o potencial destas crianças"?

Ana - A primeira vez que estive frente a frente com uma família que tinha passado fome foi chocante. Uma coisa é você ver isso na tv, sentada na sua sala depois da janta. Outra coisa é você entrar na casa, sentir o cheiro, ver a dispensa da cozinha vazia, olhar dentro dos olhos destas pessoas e dentro de você começar a se lembrar de Gênesis, da criação do homem, de que somos coroa da criação e que, definitivamente, Deus não nos fez para viver em uma situação como esta, de extrema miséria e falta de esperança. O que mais machuca é a falta de esperança. Por isso que o evangelho liberta: Jesus é vida em abundância, traz esperança e só nele temos força para continuar vivendo. Ele é a Vida. Como profissional em comunicação, quando visito estes lugares, o versículo que me impulsiona está emProvérbios 31.8 "Erga a voz em favor dos que não podem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados". É o que fazemos aqui na Compassion.

Fale um pouco dos 12 princípios de liderança da Compassion.

Ana - São princípios que norteiam a Compassion como instituição e pelos quais os funcionários em todo o mundo são comprometidos. Em resumo: demonstração de caráter, disciplina pessoal, comprometimento com a Igreja local, viver com integridade, exemplificar a liderança de servo, ouvir humildemente, liderar com coragem, acender a paixão pelo ministério, dominar as comunicações, equipar os outros, lutar por excelência e cultivar a família.

Todos estes princípios são os desdobramento de se imitar a Cristo. A Compassion é uma instituição cristocêntrica e existe para servir a Igreja.

Quais os conselhos para pastores e líderes quanto ao trabalho com crianças em suas Igrejas ou em Instituições sociais que são administradas pelas Igrejas.

Ana - Invista no ministério infantil, gaste tempo com as crianças. Isso pode transformar a vida delas para sempre. Entenda que as crianças são a igreja de hoje.

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Título do artigo: Compassion: desenvolvendo o potencial das crianças
Autor: Ana Rafaela dos Santos